Há 406 anos, é decapitado o mártir do cristianismo, João Baptista Machado, numa cidade do Japão.

Nasceu João Baptista Machado no ano de 1582, época de lutas patrióticas em prol da independência nacional. Filho de Cristóvam Nunes Vieira e Maria Cota da Malha, viu a luz na cidade de Angra e foi batizado na primitiva Sé do Salvador.

Muito novo abandonou o lar paterno e a fortuna em favor de sua mãe, então viúva; e, em 1597, partiu para Coimbra ingressando num Colégio de Jesuítas onde fez aprendizagem necessária para a evangelização.

Em 1601 foi missionar para a Índia, passando ao Japão em 1609, onde adquiriu conhecimento da língua, na cidade de Arina, e foi pastorear as cidades de Meaco e Fuximo. Quando, em 1614, foram expulsos os missionários católicos, ele se escondeu, desrespeitando a lei. Descoberto e preso em 1617, foi enviado, pelo imperador Hogum, ao cárcere de Cori, na cidade de Omura, e em 27 de maio foi decapitado. A sua morte foi tão edificante que o próprio algoz se converteu e sofreu, por isso, igual martírio. Tomonanga Lino, o governador que lhe leu a sentença, tão penetrado de admiração ficou, que publicamente confessou abraçar a fé cristã, incitando outros a que o mesmo fizessem. E logo, às cutiladas, foi morto também, em consequência da sua confissão.

No calendário açoriano foi fixado o dia 22 do mês de maio, com o rito «duplex majus», para a igreja festejar o mártir terceirense que Pio IX beatificou, em 1867, com outros mártires que no Japão também deram a vida pela fé cristã.

In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 172, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935. 

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