Os municípios açorianos firmaram, na quarta-feira, um memorando de parceria com a candidatura liderada pela autarquia de Ponta Delgada, que quer levar os Açores a Capital Europeia da Cultura em 2027.

Na cerimónia, que aconteceu na quarta-feira, em Santa Cruz da Graciosa, não estiveram presentes representantes das Câmaras Municipais de Santa Cruz das Flores e Lajes das Flores, bem como de São Roque e Lajes do Pico, mas o documento conjunto é assinado pelos 19 municípios dos Açores, adiantou hoje à Lusa fonte da Câmara Municipal de Ponta Delgada.

Para a presidente do município que lidera a candidatura, esta parceria evidencia a “disponibilidade das nove ilhas para a cooperação em torno de um objetivo transversal e partilhado, como o da valorização e promoção de um território arquipelágico enriquecido pelas suas diferenças”.

Maria José Lemos Duarte considera que o projeto promove “o encontro, a união e a convergência, porque estes são valores de uma Europa de que somos parte, heterogénea, multicultural e, sobretudo, de pontes dentro e fora das suas fronteiras”.

A autarca, que falava na cerimónia de assinatura do memorando, destacou ainda que esta é uma “oportunidade inigualável de uma geração para lançar as bases para o desenvolvimento sustentável, através de políticas públicas culturais capazes de gerar a riqueza, bem-estar e felicidade das populações e de coesão económica e social da região”.

Já o anfitrião da cerimónia, o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa, Manuel Avelar, disse ter “a real expectativa que, por via desta ação simbólica, se iniciará uma relação de colaboração entre todos os parceiros, com vista à realização de um objetivo comum, que é promover e divulgar a vasta cultura açoriana, quer nos inúmeros aspetos que todos partilhamos, quer também em tudo aquilo que nos diferencia, identifica e, no fundo, nos enriquece como um todo”.

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António Pedro Lopes, diretor artístico da candidatura Azores 2027, adiantou que a equipa coordenadora decidiu construir o projeto “de baixo para cima, com as pessoas” e lembrou o “périplo pelas nove ilhas dos Açores”, que ainda decorre, com auscultações públicas em que todos são convidados a participar.

O responsável ressalvou que, apesar de ser conduzido pelo município de Ponta Delgada, este “é um projeto de âmbito regional” e isso “não é uma coisa que se diga só da boca para fora”.

“Juridicamente, há uma cidade que põe de pé, mas, se a região estiver com ela e se quiser aproveitar a oportunidade para criar pontos de cooperação, iniciar conversas e fortalecer a relação, não só entre as ilhas, mas das ilhas com a Europa e com o mundo, só temos todos a ganhar. E, nesse sentido, já estamos a ganhar”, reiterou.

O diretor artístico terminou a sua intervenção com um apelo aos autarcas presentes: “que este seja o primeiro encontro e que não tirem os pés da ilha da Graciosa sem marcarem o próximo”, porque, quando as pessoas se juntam, “os bairrismos caem, as pontes, mesmo que sejam invisíveis e simbólicas, acontecem”.

Portugal lançou, no final de novembro, o convite para as cidades se candidatarem a Capital Europeia da Cultura em 2027.

As candidaturas estão abertas até 23 de novembro de 2021.

A verba disponível para a Capital Europeia da Cultura 2027 é de 25 milhões de euros, anunciou em outubro o Ministério da Cultura.

Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Leiria, Guarda, Oeiras e Viana do Castelo também já manifestaram intenção em serem Capital Europeia da Cultura 2027.

A decisão final sobre a cidade vencedora será tomada em 2023, por um júri composto por 12 peritos, entre os quais 10 nomeados pelas instituições da União Europeia e dois pelo Governo português.

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