Os Encontros Sonoros Atlânticos Francisco de Lacerda, compositor açoriano, decorrem de 19 de julho a 17 de setembro, com seis concertos nos Açores e no continente e um programa com uma estreia nacional e cinco mundiais, foi hoje anunciado.
Segundo a Associação Francisco Lacerda, entre 19 de julho e 17 de setembro, o programa apresenta "uma estreia nacional e cinco mundiais que destacam a nova geração de criadores e intérpretes".
Os Encontros Sonoros Atlânticos constituem-se como uma série de recitais em que obra do compositor, musicólogo e maestro açoriano Francisco de Lacerda (1869 – 1934) pretende estimular "a criação de novas peças musicais, em sintonia com os locais em que se apresentam".
O ciclo desta segunda edição tem programação pelo compositor Vasco Mendonça e inicia-se em São Jorge, passando pela Terceira, São Miguel e terminado em Lisboa, segundo a Associação Francisco de Lacerda - a Música e o Mundo, que promove os Encontros Sonoros.
A edição deste ano é palco para a estreia da obra vencedora da edição inaugural do Prémio de Composição Francisco de Lacerda, que foi criado para estimular a jovem criação nacional.
Os Encontros arrancam em 19 de julho, em São Jorge, no local de origem de Francisco de Lacerda, com o trio composto por José Pereira, Sérgio Sousa e Nuno Abreu.
"No programa, as raramente ouvidas Lições em Trio de Francisco de Lacerda, seguido pela estreia portuguesa de Zebra Crossing, de Vasco Mendonça, e terminando com a belíssima Serenade de Dohnányi, um pilar do reportório para esta formação", lê-se no comunicado.
Em 21 de julho, na Terceira, no Jardim Duque da Terceira, o Lava Brass Quintet apresenta peças de Francisco de Lacerda e duas obras em estreia mundial: Piccola Suite de Sérgio Azevedo e Continuum Variations de Antero Ávila.
Integram ainda a programação deste concerto obras de Luís Carvalho, Enrique Crespo e Leonard Bernstein.
Em 22 de julho, também na Terceira, na Ermida de S. António da Grota, no Monte Brasil, o trio composto especialmente para esta ocasião por Ricardo Pinheiro, Jeff Davis e Tomás Marques, recriam musicalmente uma viagem entre Lisboa e os Açores que culmina no nascimento de uma criança na ilha do Corvo, através de obras de Ricardo Pinheiro e Francisco de Lacerda.
Em São Miguel,ema 24 de julho, no Jardim António Borges, atuam os Humorictus Ensemble, grupo de madeiras portugueses que põem "em relevo a criação musical portuguesa com obras de Francisco de Lacerda, Luís Tinoco, Luís Carvalho, Darius Milhaud e Gyorgy Ligeti", adiantou ainda a Associação.
Em 27 de julho, em São Miguel, Ricardo Jacinto traz ao Arquipélago-Centro de Artes Contemporâneas o Parlamento de Caríbdis IV, um espetáculo que "resulta de um desafio" dos Encontros Sonoros Atlânticos lançado ao artista.
No dia 17 de setembro, a Biblioteca Nacional, em Lisboa, recebe o concerto de encerramento dos Encontros Sonoros Atlânticos com a atuação da Orquestra Metropolitana de Lisboa, dirigida por Pedro Neves, e da soprano Eduarda Melo, com obras de Francisco de Lacerda e Maurice Ravel.
Este concerto é também o palco para a estreia mundial da obra vencedora do 1.º Prémio de Composição Francisco de Lacerda, "o maior galardão pecuniário para jovens compositores em Portugal" e cujas candidaturas decorrem até 01 de julho, refere a organização.
Nesta segunda edição dos Encontros Sonoros Atlânticos será apresentado o resultado inicial do primeiro volume de uma edição crítica da música orquestral de Francisco de Lacerda, um trabalho musicológico de "fôlego que vem colmatar uma lacuna antiga no tratamento do seu espólio orquestral", revela ainda a organização.
A Associação Francisco de Lacerda foi fundada em 2019 na Fajã da Fragueira, na ilha de São Jorge nos Açores, "estimulada pelo percurso de vida" do compositor e a sua atividade profissional na música.