O DKW-Vemag Fissore foi um automóvel brasileiro produzido pela Vemag entre 1964 e 1967, utilizando chassis e mecânica DKW (representada no Brasil pela Vemag) e carroceria idealizada pela Carrocerias Fissore, da Itália.
Representou uma tentativa da Vemag de entrar em um mercado de automóveis mais sofisticados. Foram produzidas 2.638 unidades, conforme Paulo César Sandler (2006), ou 2.489 unidades, conforme Paulo Renato Arantes.
Em seu lançamento, em junho de 1964, era considerado pela imprensa especializada como um automóvel enxuto, prático, de linhas sóbrias e elegantes e que oferece ampla visibilidade ao motorista e seu passageiro. Recentemente, foi lembrado em 2008 durante o lançamento do Fiat Siena, pelas semelhanças de suas linhas e pela localização de faróis e lanternas.
Conforme a revista Quatro Rodas, o Fissore custava na época de seu lançamento Cr$ 6.950.000, cerca de 25% mais caro que um Belcar.
Em 1961 a Vemag decidiu entrar no mercado de automóveis de luxo, ao mesmo tempo em que buscava, pensando a longo prazo, encontrar alternativas tecnológicas aos modelos oferecidos pela DKW. Desse modo, entra em contato com a Carrocerias Fissore, da Itália, especializado no projeto de carrocerias para automóveis.
Em 1962 a Vemag recebeu um protótipo com uma estética interessante, mas relativamente pobre em termos de acabamento interno. Nesse mesmo ano o carro foi apresentado no Salão do Automóvel.
Em junho de 1964 foi finalmente lançado no mercado brasileiro. Foi o primeiro modelo da Vemag equipado com o Lubrimat.
O modelo comercializado no segundo semestre de 1965 sofreu pequenas modificações na forma da tampa do porta malas. Ela ia até a linha do para-choques e passa a ser mais curta, terminando antes do friso colocado na linha média do veículo.
O modelo de 1966 recebeu um novo modelo de tanque de combustível, integrado ao fundo do porta malas. A entrada de combustível foi transferida da lateral para a traseira do veículo, atrás da placa. Além disso, passou a ter sistema de circulação de ar aquecido, retorno automático do pisca e freios dianteiros a disco como opcionais.
Em 1967 sofreu alterações estéticas na grade frontal e nas lanternas traseiras, seguindo aproximadamente as modificações do Belcar e da Vemaguet. O sistema elétrico foi adaptado para 12 V.
A história do carro chegaria a um final prematuro ainda naquele ano: a absorção da DKW pela Volkswagen, quase onze anos antes, finalmente se faz sentir no Brasil. A Vemag fechou suas portas, levando com ela toda linha DKW.
O controvertido motor S
Os veículos produzidos pela Vemag vinham equipados com o motor de 1000 cm³ desde 1961, que forneciam 50 cv SAE a 4500 rpm. Um modo de diferenciar o novo modelo já em seu lançamento, em 1964, foi selecionar os motores que saíssem da linha de produção fornecendo um valor de potência acima do valor médio esperado.
Então foi anunciado que o Fissore seria equipado com o motor S. Mas esse motor era exatamente igual a qualquer outro motor que equipava outros modelos da Vemag. Simplesmente, quando fosse executado o teste de dinamômetro para controle de qualidade, o motor que fornecesse mais que 50 cv seria selecionado para o Fissore.
Raramente esses motores selecionados forneciam 60 cv, na maioria das vezes o valor ficava entre 54 cv e 56 cv.
É bom que se diga que as informações acerca do motor do Fissore são controversas, pois os motores "S" sabidamente tinham janelas de admissão, transferência e escape trabalhadas, maior taxa de compressão (8:1), carburador com giclês, difusores e filtro de ar diferentes em relação ao motor 1000 "normal". Era a mesma receita utilizada no Auto Union 1000S alemão, justificando assim a denominação "S". O Fissore ainda tinha relação de diferencial mais curta, o que também resultava em ganho de agilidade.
O motor S foi também utilizado no Malzoni GT e no Puma DKW, além de equipar também a última série do Belcar e da Vemaguet, a série S, do final de 1967. O Belcar S testado pela revista 4 Rodas em 1967 apresentou desempenho nitidamente superior ao normal.