O ministro da Defesa Nacional anunciou hoje que o lançamento do Centro para a Defesa do Atlântico (CeDA) será dado no primeiro seminário dedicado a esta infraestrutura, que deverá estar consolidada “daqui por um ano”.

Em declarações à agência Lusa, João Gomes Cravinho afirmou que o primeiro seminário do CeDA, que decorre na quinta-feira, em Lisboa, vi marcar “o lançamento do centro” que ficará localizado nas Lajes (Açores).

De acordo com o governante, a conferência na capital portuguesa será também “um momento de formatação inicial” uma vez que a fórmula ainda não está “completamente afinada”.

“Queremos que o centro seja, também, um pouco função daquilo que nós vamos aprendendo com as perspetivas dos outros”, destacou o ministro da Defesa, notando que o seminário vai contar com a presença de “cerca de 30 especialistas internacionais, de 15 países diferentes e de várias organizações internacionais”, que se dedicam às áreas da defesa e segurança marítima.

João Gomes Cravinho observou que, “em função dessa experiência” partilhada durante o seminário, que decorrerá maioritariamente à porta fechada, será possível “formatar, de forma mais definitiva, aquilo que vai ser o trabalho do centro”.

“Daqui por um ano, um ano e meio, teremos a versão final, consolidada, e a velocidade de cruzeiro”, anunciou o ministro, notando que “no primeiro quadrimestre de 2020” deverá ser possível “fazer o primeiro momento de formação” nos Açores.

Questionado sobre as estimativas do Governo, que apontavam que este centro multinacional poderia ser uma realidade até ao final do ano, o ministro assinalou que “este arranque faz parte do processo de consolidação do centro” que “não está, naturalmente, em velocidade de cruzeiro porque as coisas demoram algum tempo a consolidar-se”.

“Mas começámos antes do fim do ano, que era um objetivo nosso”, destacou.

De acordo com o governante, o edifício que vai acolher o CeDA na Base das Lajes, ilha Terceira, “já existe, está em condições”, uma vez que são “instalações que foram utilizadas até recentemente” pelos norte-americanos, o que não obrigará a “muito trabalho” em termos de obras.

Nesse edifício ficarão reunidas as atividades de formação, a “principal atividade do centro”, sublinhou.

Estas formações poderão ter uma duração curta, de dias ou semanas, ou mais longa, decorrendo durante vários meses, explicou Gomes Cravinho.

No que toca ao número de efetivos que colaborarão com o CeDA, ou o investimento em causa, o ministro da Defesa afirmou que é “um pouco prematuro para avançar com números definitivos” e que “vai depender das atividades” realizadas.

O ministro, que fará o encerramento da sessão pública da iniciativa, que decorrerá no Instituto da Defesa Nacional, justificou que as sessões restritas durante o dia não se devem a estarem em cima da mesa matérias secretas, e defendeu que “os especialistas estarão mais à vontade trabalhando com os seus contrapartes num ambiente mais reservado, do que numa conferência pública”.

Em 26 de abril de 2018, o Governo português aprovou uma resolução que autoriza a criação do Centro para a Defesa do Atlântico na Ilha Terceira, nos Açores, focado “no domínio da segurança marítima, mas igualmente com um alcance nos domínios terrestre, aéreo e da ciberdefesa”.

A ideia com a implementação do centro é "colmatar lacunas existentes no espaço Atlântico e contribuir para o reforço da afirmação de Portugal como produtor de segurança" junto de instituições como a União Europeia, a ONU, a NATO, aliados como os EUA e da comunidade internacional em geral.

Em junho, o ministro da Defesa referiu que o CeDA vai “apoiar os países do Golfo da Guiné a vigiar as suas águas”, e poderá ser uma oportunidade para “observação do Atlântico a partir do espaço”, e até constituir-se como “um ponto de lançamento de microssatélites”.

Hoje, João Gomes Cravinho salientou que o objetivo deste equipamento passa também por “colocar Portugal no mapa de países que têm algo a contribuir para a segurança no atlântico”.

O jantar que marca o momento final do seminário vai contar com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e do ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, bem como um representante do governo do Togo (país do Golfo da Guiné), “um dos países mais interessados neste processo”.

 

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