A Porsche mostrou em Portugal o seu primeiro elétrico, que deve representar um quarto das vendas em 2019 em Portugal e promete trazer novos clientes

É já apelidado como o grande rival da Tesla no mundo dos elétricos de alta performance, chama-se Taycan – um nome de origem turca que significa algo como jovem cavalo vivaço – e começa a ser entregue em Portugal já em dezembro. A Porsche aposta forte no mundo dos elétricos, com o seu primeiro modelo totalmente movido a eletricidade que faz também parte da ofensiva do gigante Grupo Volkswagen na área dos veículos elétricos.

Essa junção de esforços é algo que irá ajudar a marca a pagar os 6 mil milhões de euros investidos até 2022 na mobilidade elétrica, explica Nuno Costa, diretor de marketing da Porsche Ibérica.

É através da tecnologia agora desenvolvida pela Porsche que o grupo espera combater os avanços tecnológicas nesta área da mobilidade elétrica da Tesla, que Costa admite ser uma marca respeitada e admirada que é observada com atenção pela indústria automóvel. Sobre o novo modelo, o aspeto desportivo e moderno e as caraterísticas sonantes têm atraído vários clientes portugueses. “Temos já 250 depositantes, as chamadas encomendas, para o Taycan, que pagaram cinco mil euros para reservar o carro que começa a ser entregue em dezembro”, disse Nuno Costa.

Os portugueses mostram, assim, serem os chamados early adopters, já que “gostam de aderir a novas tecnologias e modelos inovadores”, já que aderiram num rácio bem maior aos espanhóis – há 600 depositantes ibéricos. 40% dos 250 clientes que já reservaram o modelo são novos clientes para a Porsche, alguns são inclusive clientes Tesla. A marca espera vender em 2019 cerca de mil unidades em Portugal, sendo 250 delas – um quarto das vendas – do Taycan, bem mais do que as 820 unidades do ano passado. “Temos preparado internamente o que chamamos Road To Taycan, que nos levou a adaptar a empresa à nova realidade elétrica, para termos soluções e respostas às muitas perguntas dos clientes sobre o Taycan”.

Nuno Costa explica ainda que têm já equipas no terreno a fazerem consultoria em casa dos clientes que querem ter a wall box da Porsche, que irá permitir carregar o Taycan de forma mais rápida. Além de definir-se necessidades de carga, ajudam a escolher as melhores zonas da casa. Haverá ainda uma infraestrutura de carregamento rápido que deverá ter 500 postos no final de 2021. O modelo é construído na casa da Porsche, em Zuffenhausen, na Alemanha, numa divisão feita de propósito para a mobilidade elétrica que levou à contratação de duas mil pessoas e onde se procura uma produção neutra em impacto ambiental que envolve uso de energia do vento, da água e solar e transporte de automóveis em veículos não poluentes.

 A Porsche admite que quer que o modelo seja rentável logo à partida. “Somos a marca mais rentável do mundo por unidade vendida e queremos manter isso com o Taycan”, diz Nuno Costa. Os preços: primeiro as versões mais caras, depois as mais baratas Na próxima semana vai ser anunciada a versão 4S do modelo, ligeiramente menos potente e com um preço mais em conta: os 110 mil euros. Para já, o Taycan Turbo começa nos 158 mil euros, o Turbo S nos 192 mil euros. E, dentro de dois anos, é provável que surja uma versão abaixo dos 100 mil euros, além da variante Taycan Cross Turismo já no final do próximo ano. Potência de desportivo, som de elétrico A versão de topo do Taycan, Turbo S, consegue um máximo de 761 cv de potência através do chamado overboost em combinação com o Launch Control – embora essa potência dura só algum tempo, a potência típica são os 680 cv.

O Taycan Turbo tem 625 cv sempre. Ambos têm bateria de 95 kWh de capacidade. O Taycan Turbo S acelera dos zero aos 100 km/h em 2,8 segundos, enquanto o Taycan Turbo é ligeiramente mais lento, com 3,2 segundos.

O Turbo S tem uma autonomia até 412 quilómetros e o Turbo uma autonomia até 450 quilómetros (de acordo com o ciclo WLTP em ambos os casos). A velocidade máxima de ambos os modelos de tração integral é de 260 km/h. O modelo de quatro portas e para quatro ocupantes, com tração integral e dois motores elétricos, um por eixo que permitem ter duas bagageiras – uma atrás e outra à frente – está no meio caminho entre o mítico desportivo 911 e a berlina Panamera.

À primeira vista, é fácil ver como o Taycan é baixo e está bem perto do solo para um elétrico, ganhando um centro de gravidade particularmente baixo (tem posição dos bancos semelhante à do 911) a que ajuda a presença das baterias. A Porsche destaca não só a caixa de duas velocidades e os cinco modos de condução elétrica – onde há um launch control “explosivo” -, mas também um sistema de som para o motor chamado Porsche Electric Sport Sound, “que é opcional só porque pode haver clientes novos que não querem um som de motor específico”.

A marca indica ainda que o Taycan é o primeiro veículo de produção com uma voltagem de 800 volts, ao contrário dos habituais 400 volts para automóveis elétricos, uma vantagem por tornar possível recarregar em apenas cinco minutos a bateria através de corrente contínua (DC) a partir das estações de carregamento da rede de alta potência para uma autonomia até 100 quilómetros (de acordo com o ciclo WLTP).

O tempo para carregamento de cinco a 80 por cento SoC (state of charge) é de 22,5 minutos, em condições ideais de carregamento, e a potência máxima de carregamento (pico) é de 270 kW.

A capacidade da Bateria Performance Plus é de 93,4 kWh. Os condutores do Taycan podem carregar os seus automóveis confortavelmente em casa até onze kW em corrente alternada (AC).

Um luxo de interior Além de um exterior típico da Porsche, o interior surpreendeu-nos pelo luxo aliado à modernidade de vários ecrãs disponíveis. No total o interior do Taycan tem quatro ecrãs, incluindo um ecrã curvo de 16,8 polegadas, altamente configurável e feito a pensar nas necessidades do condutor – é uma estreia absoluta para a tradicionalista marca alemã. Há ainda um ecrã de 10,9 polegadas no centro, onde está o sistema multimédia e um ecrã opcional colocado à frente do passageiro.

 A consola central tem ainda um ecrã de 8,4 polegadas, onde podemos escolher funções. Apesar de tantas áreas digitais, não falta no topo do tablier um relógio clássico da Porsche.

FONTE:DINHEIRO VIVO/João Tomé 

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