O primeiro-ministro britânico voltou a perder: pela segunda vez, a Câmara dos Comuns rejeitou o pedido de Boris Johnson para realizar eleições antecipadas.

A moção, cuja votação decorreu na madrugada desta terça-feira, obteve 293 votos favoráveis e 46 contra. Ficou, assim, por cumprir a necessária maioria de dois terços que poria fim à legislatura.

Com esta nova derrota, Boris vê-se na contingência de ter de ir à cimeira de Bruxelas, a 17 e 18 de outubro, solicitar um novo adiamento do Brexit, algo que, segundo as suas palavras desde que chegou ao poder, em julho, jamais aconteceria. O Parlamento britânico está suspenso até 14 de outubro.

Horas antes, em Dublin, Irlanda, Johnson tinha-se mostrado confiante, durante um encontro com o homólogo irlandês, Leo Varadkar, de que é possível concluir um acordo para o Brexit até 18 de outubro. "Os governos passaram três anos a mastigar este problema. Penso que está na hora de honrar as conquistas dos nossos antecessores, que solucionaram problemas muito piores, resolvendo este problema nós próprios. Não diria que podemos fazer tudo hoje. Mas acredito que um acordo pode ser feito até 18 do próximo mês".

O sucessor de Theresa May tem referido a convicção de que será capaz de chegar a um entendimento com os restantes 27 estados-membros da União Europeia (UE) durante o Conselho Europeu de 17 e 18 de outubro. Johnson defendeu que, se "for removida a política, no centro de cada problema, encontram-se problemas práticos que podem ser resolvidos com energia suficiente e um espírito de compromisso". O chefe do Governo britânico sugeriu soluções para facilitar a circulação de bens na fronteira terrestre entre a província britânica da Irlanda do Norte e a vizinha República da Irlanda, que continua a fazer parte da UE e do mercado único europeu.

Entre as suas propostas, estão programas "trusted trader" - listas de empresas com autorização prévia - ou controlos aduaneiros eletrónicos realizados antes da passagem na fronteira. Outra ideia, adiantou, é a da criação de uma "unidade na ilha da Irlanda" para fins sanitários e fitossanitários, ou seja, para produtos agroalimentares. "Não subestimo as dificuldades que enfrentamos, os problemas técnicos e as sensibilidades políticas", vincou, aludindo ao desejo de ver substituída a "solução de último recurso", designada por "backstop", para evitar uma fronteira física na Irlanda do Norte. Já Varadkar insistiu que o mecanismo de salvaguarda é essencial para um acordo de saída do Reino Unido da UE e que "remover o "backstop" resulta num Brexit sem acordo". O primeiro-ministro irlandês avisou ainda que a questão do Brexit "não vai acabar" se o Reino Unido sair da União Europeia em 31 de outubro ou a 31 de janeiro, acrescentando: "Não existe uma saída limpa. Em vez disso, passaremos para uma nova fase".

Varadkar fazia referência ao projeto de lei aprovado no Parlamento britânico que obriga o Governo a pedir um novo adiamento da saída por três meses se até 19 de outubro não conseguir do Parlamento uma aprovação de um acordo de saída ou a autorização para um Brexit sem acordo.
Varadkar garantiu que, mesmo após um Brexit sem acordo, a UE estaria interessada em "voltar rapidamente à mesa de negociações".

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